A psicologia das cores é o estudo da relação emocional estabelecida na mente do ser humano ao olhar para uma cor. Ela compreende as diversas faces das cores e seus possíveis significados, logo, é possível que as empresas utilizem essas relações para manifestar de forma subconsciente determinadas sensações em seus clientes. Assim, transformando os ideais ou sentimentos desejados de modo indireto, mas ainda conseguindo transmitir a mensagem.
Essas associações são tanto generalizadas, quanto individuais, pois diversos componentes estruturam o modo que as cores são processadas no cérebro. Portanto, existem elementos “pré fixados” no sistema de todos os seres humanos e alguns que são construídos de acordo com a cultura e o ambiente em que a pessoa está inserida. Um exemplo claro do primeiro caso são as cores utilizadas para os personagens do filme Divertidamente (PIXAR, 2015) , que não foram modificadas com a transmissão em diversos países, ou seja, as cores vermelho, azul, amarelo, verde e roxo possuem conexões generalizadas com as emoções de raiva, tristeza, alegria, nojo e medo, respectivamente.
Além disso, o filme também demonstra uma parte significativa dessa área de estudos, pois a junção de diferentes cores não significa uma mistura das emoções. Por exemplo, roxo, uma mistura de vermelho e azul, não se torna uma tristeza explosiva, mas medo. Isso é demonstrado no filme, pois as bolas com emoções atreladas a lembranças possuem as cores separadas. No entanto, vale ressaltar que não é tão simples essas associações devido a outras naturezas das cores, como a tonalidade e temperatura que modificam o modo de interpretação delas.
Com isso, as marcas devem ser cautelosas no uso das cores, pois mesmo que haja o elemento universal, também existe o cultural, que pode levar um significado positivo em determinado local, a se transformar em algo negativo em outro lugar. Um exemplo é a utilização de branco que no ocidente é visto como pacífico e leve, enquanto em alguns países orientais é a cor do luto, logo, remete à tristeza.
Ademais, o uso das cores não precisa estar restrito à logo da marca, mas pode ser expandida, por exemplo, para a sensação sentida em um ambiente. Isso pode levar a uma modificação no comportamento do cliente, induzindo-o a sentir determinadas emoções. Para exemplificar, duas lojas com propostas opostas: a Fom e a RiHappy. A primeira traz a sensação de conforto através das luzes amareladas e das cores terrosas, já a segunda, utiliza iluminação branca com cores vibrantes, remetendo à alegria e diversão.
Portanto, as marcas podem usar das cores para criar ambientes e experiências de forma a moldar a reação dos consumidores a determinados produtos e locais, levando-os a sentirem e reagirem a diversos estímulos sensoriais de forma positiva ao consumo dos produtos e serviços oferecidos. Podendo ter um impacto positivo tanto para as pessoas que trabalham no lugar, quanto das que consomem as mercadorias.
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