O fundador do Grupo ABC afirma que o Brasil precisa pensar grande, de acordo com o seu tamanho
Nizan Guanaes, fundador do Grupo ABC e considerado uma das 100 pessoas mais criativas do mundo pela Fast Company, acredita que agora é a hora de as grandes empresas do agronegócio se tornarem grandes marcas globais. “A agricultura brasileira precisa deixar de pensar pequeno”, disse Guanaes, que fez a palestra de abertura do EXAME Fórum Agronegócio, realizado no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo.
Guanaes destaca como já é possível investir em marca em nível mundial graças a recursos como eventos, digital e geomarketing. “Se o agronegócio quisesse dominar todos os principais aeroportos do mundo, ele conseguiria”, disse.
Para Guanaes, o agronegócio brasileiro é muito bom em termos de produtividade e gestão, mas ainda deixa a desejar no momento de se promover. Ele afirmou ainda que o Estado deveria favorecer mais o setor, que é de suma importância para a economia brasileira.
“Se o Brasil fosse um terreno, na frente do Atlântico, com uma vasta extensão de terra, exploraríamos agricultura e turismo, porque é o óbvio. É impressionante que o setor do agronegócio seja um vencedor por ele mesmo, com suas próprias forças, a despeito do estado e da legislação. Somos um país capitalista que tem horror a lucro. Esse setor já faz muito pelo Brasil, muito mais do que o Brasil faz por ele”,disse Guanaes.
Marco Túlio Moraes da Costa, diretor de agronegócio do Banco do Brasil, destacou as iniciativas do banco, que tem recursos aplicados no Agronegócio e investe muito no setor. “O BB se preocupa com a sustentabilidade do setor, estimulando iniciativas de baixo carbono e plantio direto. Isso traz benefícios para os consumidores, porque faz com que os produtos tenham alta qualidade”, declarou Moraes.
“O BB tem um escritório no Vale do Silício com startups produzindo soluções adequadas aos nossos produtores para que eles saibam tomar as decisões certas na hora certa, seja para plantio, colheita ou vendas”, disse Moraes, ressaltando a importância da tecnologia de alta precisão para poupar recursos e aumentar a qualidade da produção no agronegócio.
André Lahóz Mendonça de Barros, diretor editorial de EXAME, ressaltou as mudanças que aconteceram no Brasil nos últimos 50 anos, desde que a revista EXAME foi criada: “É papel do jornalismo apontar os problemas dos países. Mas, quando olhamos a história completa, vemos que avançamos muito nos últimos 50 anos. Éramos um país muito menor. Uma lição que fica de tudo que aconteceu até hoje é que quando o Brasil pega algo para fazer, ele faz — seja vencer uma ditadura militar, seja abrir uma economia fechada. Demora um pouco, mas o Brasil consegue vencer seus problemas”, afirmou Lahóz.
Por: Exame
Foto: Germano Luders/Revista EXAME
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