A cultura empreendedora vem ganhando bastante foco na última década em meio a empresas que apresentaram um crescimento exponencial assustador, inclusive no Brasil, o caso da 99, PagSeguro e Nubank que passaram a valer 1 bilhão dólares nos últimos meses; e, recentemente um novo tipo de empreendedorismo vem crescendo e ganhando cada vez mais atenção, o empreendedorismo social.
O empreendedorismo social segue as premissas do empreendedorismo que estamos acostumados, a criação de uma startup, busca por investidores, encontrar seu nicho no mercado e se desenvolver, a diferença é a responsabilidade social como coração do negócio.
Como isso acontece? O empreendedor que opta por esse caminho identifica alguma dor na comunidade e resolve esses problemas com a venda de produtos e/ou serviços, sempre pensando no impacto positivo e negativo, direto e indireto que seu negócio está causando.
Para muitos, criar um negócio lucrativo e ainda ser bom para as pessoas parece uma coisa inventada, uma realidade muito distante que quase não faz sentido, mas posso dizer que isso está errado. O empreendedorismo social já é uma realidade no Brasil e no mundo, onde diferentes modelos de negócios sociais já estão promovendo grandes mudanças e transformando realidades.
Um exemplo de startup brasileira de impacto social é a PoupeMais que oferece um serviço de SMS com dicas orçamentais, as quais vão sendo moldadas com as diferentes respostas do cliente. Focado principalmente em pessoas de baixa renda, a empresa tem como meta diminuir de endividamento excessivo e combater a falta de informação sobre o que e como poupar.
Gostei! Quero empreender socialmente, e agora?
Hoje, no brasil existem diversas incubadoras, aceleradoras, investidores e fundos de investimentos focados exclusivamente na geração de negócios de impacto social. Um exemplo é a Artemisia, aceleradora de projetos de impacto social, que possui um programa de seis meses a fim de “refinar o impacto social de sua solução em um ambiente de cocriação e colaboração com outros empreendedores, mentores e investidores”, além de oferecer um apoio e gerar novos multiplicadores dessa vertente da cultura empreendedora.
Como posso fazer parte desse movimento ainda estando na universidade?
Ser um estudante não te impede de ir atrás e começar seu próprio negócio, as oportunidades de apoio, desenvolvimento e crescimento tanto pessoal como profissional estão em todos os lugares, é só começar! Também existem grupos em diversas universidades com o foco em gerar negócios de impacto e disseminar essa cultura, como as Ligas Universitárias de empreendedorismo, Enactus, Empresas Juniores com vínculo social e outros grupos.
Em síntese, o empreendedorismo social é algo novo que veio para ficar, embora possua muitas dificuldades também existem muitas oportunidades e espaço para empreendedores testarem e validarem suas ideias e modelos de negócios. Gerar lucro não significa que seu negócio não tem impacto positivo nas pessoas, o lucro pode inclusive validar o impacto que seu negócio está gerando e trazer um valor agregado a essas pessoas, assim como pode ser criado um negócio sem fins lucrativos; não existe uma fórmula mágica sobre como empreender, existe apenas a vontade de fazer a diferença.
Sobre o autor:
Vitor Rodrigues de Freitas
Graduando em Engenharia Agronômica ESALQ/USP
Coordenador da Prospecção de Novos Projetos ENACTUS/ESALQ
vrfreitas@live.com
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