O Marketing tem como um dos seus objetivos principais entender as relações de atividades nos mercados, como elas ocorrem e o que as estimulam, e, à medida que a sociedade e o mundo evoluíram, a adaptação na área se torna essencialmente necessária.
Com os avanços tecnológicos dos últimos tempos, esse desafio tem se ampliado. No Manifesto Cluetrain, em 2009, é dito que com o tempo as relações do mercado, se tornarão “conversações” entre empresas e clientes, e que, estes últimos irão descobrir e inventar novas maneiras de compartilhar conhecimento – “Como um resultado direto, mercados estão ficando mais espertos, e mais espertos que a maioria das empresas.”
Desde então, grande parte das previsões feitas ao longo das obras do manifesto se concretizaram, seja com a expansão e difusão das redes sociais ou desenvolvimento de tecnologias como Inteligência Artificial e Internet das Coisas, assim, um dos focos do Marketing se torna analisar e encontrar novas oportunidades, dentre essas inovações se encontra o metaverso.
O termo metaverso aparece pela primeira vez em um romance de ficção científica, escrito por Neal Stephenson em 1992, chamado “Snow Crash”, a história se passa num futuro distópico onde as pessoas fogem dos problemas da sociedade em que vivem se inserindo, por meio de avatares, em um ambiente virtual, o metaverso.
A definição de metaverso, até hoje, é um tanto quanto abstrata, alguns autores e especialistas definem como: “replicar sua vida, seus interesses, suas rotinas e suas relações no universo digital”, isto é, o metaverso representa um universo além do que conhecemos, se trata da ampliação da experiência humana com o uso das mais variadas tecnologias – Realidade Virtual, Realidade Aumentada, IA, Blockchain, entre outras – que relacionam o físico-digital.
Em 2021, o grupo Facebook Inc., detentor das marcas Facebook, Whatsapp e Instagram anunciou um grande investimento na área, seguido da mudança do nome da empresa para Meta com o intuito de oficializar os planos de popularizar o metaverso. No mesmo ano, as pesquisas na internet sobre o tema aumentaram cerca de 7.200%, e as empresas relacionadas ao tema arrecadaram mais de dez bilhões de dólares.
Assim, para o Marketing, o Metaverso surge como uma oportunidade de se relacionar de maneira mais envolvente com o público-alvo, expor o seu produto e marca à um novo ambiente – o virtual. Algumas empresas e figuras públicas já visualizaram o leque de oportunidades que essa nova tecnologia pode proporcionar ao marketing, um ano antes do anúncio da atual Meta Inc., Travis Scott, um artista americano, realizou em uma parceria com Fortnite – um jogo popularmente conhecido - um show virtual, realizado durante cinco dias, utilizando a plataforma do jogo e sua tecnologia.
Segundo a Forbes e os desenvolvedores, o evento atingiu 12,3 milhões de usuários na estreia, e somou ao seu fim, cerca de 28 milhões de visualizadores únicos. Outro exemplo, é a utilização do conceito de avatar virtual pela Magazine Luiza com a criação e investimento na “Lu”. O avatar foi criado em 2003, e desde então vem sendo aprimorado, alinhando a sua personalidade, aparência e abordagem com o plano estratégico da empresa de aproximar-se do público com a humanização de uma persona. Em 2022, foi possível observar o sucesso do projeto com o público, por meio do levantamento The Most-Followed Virtual Influencer of 2022, sendo a “Lu” a mais seguida com aproximadamente 55 milhões de seguidores.
Entretanto, metaverso no marketing, não se restringe a imersão de jogos ou o uso de mídias sociais – ou mesmo a uma única tecnologia – com o intuito de expandir publicamente marcas, personalidades ou simplesmente fazer publicidade, e sim de ser um conceito que sirva como uma inspiração para profissionais do marketing ao fornecer ferramentas e processos que melhorem a experiência do cliente em relação a um produto ou serviço, um exemplo, é o uso do metaverso na moda com a inclusão de ferramentas que possibilita o usuários provarem produtos sem sair de casa, ou mesmo no mercado imobiliário, onde algumas plataformas utilizam softwares para conseguir mostrar ambientes, e espaços de um imóvel ao cliente sem a necessidade do mesmo se locomover até ao local ou até mesmo reduzir burocracias para pegar uma simples chave – O valor, para o cliente, não se encontra na tecnologia em si, mas sim na experiência que ela proporciona.
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