No último MarkBlog, conferimos como o Marketing surgiu e se desenvolveu em nossa sociedade, chegando próximo ao conceito de Marketing que conhecemos hoje. A segunda Revolução Industrial originou o Marketing 1.0, ou Marketing voltado para o produto, cujos principais focos foram a produção (até a década de 1920) e as vendas (entre as décadas de 1920 e 1970).
Durante a década de 1970, o Marketing sofreu uma grande transformação, que deu origem ao Marketing 2.0, segundo Philip Kotler, a "era do consumidor". O discurso das campanhas publicitárias, que antes enaltecia as características do produto, passou a enfatizar em como este produto resolveria o problema do consumidor, gerando a sensação de satisfação. Assim, passou-se a ouvir mais o consumidor, buscar entender quais são as suas necessidades e desejos, e criar novos produtos ou serviços que visam solucioná-los da melhor forma possível.
Nesta época, o cliente passou a ser o principal foco das campanhas publicitárias, o que levou à prática da segmentação e deu origem ao conceito de público-alvo. Muitos setores deixaram de lado o foco nas grandes massas, passando a focar em grupos cada vez mais específicos. Com as mudanças no cenário, que se tornava cada vez mais competitivo, percebeu-se necessária a diferenciação dos produtos, para atingir diferentes clientes. Além disso, já não bastavam produtos de boa qualidade e preços competitivos. As empresas perceberam que para conquistar os clientes, era necessário despertar suas emoções.
Durante a era do Marketing 2.0, o consumidor também passou a ter maior acesso à informação, de forma que pudesse comparar características, assim como seus preços, de diversas marcas, para assim tomar uma decisão. As empresas passaram a se preocupar mais com a retenção e fidelização de clientes. Se popularizaram os softwares e práticas de CRM (Consumer Relationship Management, ou Gestão de Relacionamento com o Cliente), e a criação de programas de fidelidade.
Esta era perdurou até os anos 2000, quando passou a sofrer algumas alterações, que levaram à evolução para o Marketing 3.0, também conhecido como a "era do valor", que ganhou maior força a partir de 2010. Os consumidores passaram a se mostrar cada vez mais conscientes e humanizados, o que gera a rejeição de atitudes negativas por parte das marcas, e valorização das atitudes positivas. Consumidores e marcas se unem em prol da construção de um mundo melhor.
Como exemplos disso, vemos a preocupação com a sustentabilidade e redução dos problemas ambientais, com o incentivo a marcas e produtos que agridem o mínimo possível os recursos naturais; com a responsabilidade social, incentivando empresas que desenvolvem programas de assistência à pessoas em situação de vulnerabilidade ou que praticam ações voltadas para a diversidade e inclusão; com o bem-estar animal, valorizando empresas que não testam seus produtos em animais, ou boicotando as que ainda realizam esse tipo de prática.
Nessa era, a tecnologia avança de forma extremamente rápida e os consumidores possuem um acesso ainda maior à informação, estando altamente conectados por meio das mídias sociais. Sendo assim, é muito mais fácil trocar informações e descobrir quando uma marca está praticando atitudes positivas ou negativas. Além disso, os consumidores deixam de ser apenas receptores da informação que a empresa deseja passar, mas passam a ser também emissores, de forma a atingir muito mais pessoas.
Assim, as empresas passam a tomar muito cuidado com aspectos que podem influenciar positiva ou negativamente sua imagem no mercado. As campanhas publicitárias passam então a evidenciar missão, visão e valores das empresas, de forma implícita ou explícita. A relação com os concorrentes também se torna mais respeitosa, deixando de lado a difamação direta. Aspectos como participação, globalização e criatividade se tornam cada vez mais fortes e frequentes, e o Marketing 3.0 inicia sua caminhada em direção à próxima era, e tema do próximo MarkBlog, o Marketing 4.0.
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