Hoje o MarkBlog inicia uma série de três episódios, que irá contar como o Marketing surgiu e evoluiu ao longo do tempo, desde seus primórdios até os dias de hoje.
Existem controvérsias sobre quando o Marketing surgiu, e se suas primeiras formas realmente podem ser consideradas como Marketing. Antes mesmo do surgimento da moeda, agricultores e artesãos já pensavam em formas de enaltecer seus produtos nas barganhas, para que assim pudessem trocar por uma quantidade maior de outros produtos que precisavam. Essas negociações se intensificaram com o desenvolvimento do sistema monetário.
Durante a Baixa Idade Média, entre os séculos XI e XIV, os participantes das cruzadas começaram a comercializar especiarias trazidas do Oriente Médio na Europa. Logo, mais pessoas enxergaram essa oportunidade, tornando-se comerciantes. Estes, e os próprios membros da nobreza, passaram a posicionar tais especiarias como bens de luxo, símbolos de riqueza e poder. Além disso, se iniciou o famoso comércio de relíquias sagradas (a origem da propaganda enganosa). Tanto o destino das expedições quanto os produtos trazidos foram se diversificando. Entre os itens posicionados como bens de luxo, foram acrescentados os tapetes persas, as porcelanas chinesas e os tecidos finos, como a seda.
A invenção da imprensa mecânica por Johannes Gutenberg em 1455, revolucionou não só a ciência, mas também a comunicação da época. Materiais que antes precisavam ser escritos à mão, um por um, agora poderiam ser produzidos em larga escala, com muito maior facilidade. Assim, surgiram os primeiros anúncios impressos, que se tornaram cada vez mais populares entre os comerciantes.
Nessa época, o antigo sistema feudalista deu lugar ao mercantilista, a origem do capitalismo. No século XVII, surgiram os jornais e revistas de grande circulação, o que expandiu a utilização dos anúncios.
Foi a partir da primeira Revolução Industrial, no século XVIII, que o capitalismo de fato se tornou mais parecido com o que conhecemos atualmente, e o Marketing começou a se desenvolver de forma mais intensa e explícita. Com a criação da máquina à vapor, incia-se na Inglaterra a produção de tecidos em larga escala, e as indústrias passam a incentivar um consumo muito maior desse produto, a fim de escoar a produção.
No século seguinte, o progresso científico e tecnológico deu origem à segunda Revolução Industrial. A indústria é lavada para mais países, a os bens produzidos se diversificam. Inicia-se então o movimento que Philip Kotler chama de Marketing 1.0, ou Marketing voltado para o produto. Nesta fase, existe uma grande demanda pelos itens, mas pouquíssima concorrência, não exigindo muito esforço e diferenciação para conseguir vender. As únicas preocupações dessa fase eram os números de produção e a manutenção de preços acessíveis, para que mais consumidores pudessem adquirir. Os produtos eram altamente padronizados. A famosa frase de Henry Ford cabe aqui perfeitamente: "Qualquer cliente pode ter o carro da cor que quiser, desde que seja preto".
A partir da década de 1920, o principal foco do Marketing deixou de ser a produção e passou a ser as vendas. Essa mudança foi motivada pelo aumento do número de empresas e marcas no mercado, aumentando consequentemente a concorrência. As empresas passaram a ter que segmentar melhor seu mercado consumidor, e produzir itens mais diversificados para atender a todos esses potenciais clientes.
Foi nesta fase que os anúncios, além de estarem presentes em jornais, revistas e outdoores, também passaram a ser feitos através das redes de televisão e telefone. O estilo das propagandas é bastante característico (diversas vezes imitado nos dias de hoje), e têm como principais funções evidenciar a marca do produto e quais os benefícios que ele pode trazer. Esta fase perdurou até a década de 1970, quando um novo conceito de Marketing começou a ser disseminado. Veremos qual conceito é este no próximo MarkBlog!
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